segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

COMO LIDAR COM A OBESIDADE INFANTIL

   É consenso médico que a obesidade deve ser prevenida desde cedo.
   Sabe-se que há uma predisposição familiar - geneticamente determinada - para o desenvolvimento da obesidade. Estudos populacionais mostraram que 80% das crianças que têm pai e mãe obesos tornaram-se obesas. Quando só um dos pais é obeso, a chance é de 40%. Se nenhum dos pais apresenta obesidade, o risco é de apenas 7%.
   Se os fatores genéticos não podem ser mudados, os fatores externos podem e é por eles que se inicia o tratamento da obesidade.Os fatores externos mais importantes são: psicológicos, alimentares e atividade física.
   Fatores psicológicos:  Frustrações, ansiedades, lares disfuncionais podem levar a criança a desenvolver impulsos para alimentar-se em excesso, como um mecanismo de compensação e defesa ao stress dentro de casa. Por exemplo, briga entre pais, alcoolismo nos pais, desavenças entre irmãos ou colegas podem fazer a criança desenvolver o impulso de comer mesmo sem fome.
   Fatores alimentares: Mães que oferecem comida demais, acima das necessidades infantis. Mães que oferecem, compulsivamente, vários lanches ao dia, biscoitos, refrigerantes, balas e doces, miojo, pizza e outros fast food. Mães que exageram  no uso de açúcar nos preparos de alimentos, podem estar estimulando seus filhos a comer mais do que precisam.
   Fatores de atividades físicas: O estilo de vida da criança se reflete diretamente no seu peso. Crianças menos ativas, mesmo não comendo em excesso, têm um risco maior de se tornar obesas. Daí a necessidade de estimulá-las a fazer atividades em ambientes ao ar livre, a passear a pé,praticar esportes, ir a parques, participar dos serviços domésticos para tirar do sedentarismo de ficar só na frente do computador ou videogame.
   Deve-se prevenir a obesidade tão logo a criança nasça, estimulando o aleitamento materno até o sexto mês de vida. O pior da obesidade é justamente seu tratamento difícil. Sabe-se que quando a criança é obesa a chance dela se tornar um adulto obeso é de 40%. Já para o adolescente obeso a probabilidade aumenta para 75%. O ganho de peso acima do esperado, na infância e adolescência, acarreta o incremento irreversível do número de células gordurosas.
   Crianças  que começam a apresentar mudança na velocidade de ganho de peso, mostrando os primeiros sinais de obesidade, devem fazer uma avaliação cuidadosa de seus hábitos alimentares, de sua atividade física e de seu comportamento diante da alimentação.Nesse caso, pequenas alterações nestes fatores podem ser suficientes para reverter a situação.
   Características da criança sem controle na ingestão alimentar: Come vorazmente. Uma hora e meia após a refeição já está com fome novamente. "Limpa" o prato rapidamente. Normalmente, repete a refeição. Come escondido. Só se satisfaz com dois ou três copos de suco ou refrigerante. Pede lanches fora de hora. Solicita sempre uma porção extra de comida.
   Orientações práticas: 
Proibição de alimentos: Nenhum alimento deve ser proibido. Em geral, a comida preferida das crianças ( e dos adultos também) são massas, pães, doces, refrigerantes, chocolates, salgadinhos e sanduíches. Proibir a entrada deles em casa ou, até mesmo, culpá-los pelo desenvolvimento da obesidade só piora a situação.Ou seja, a supervalorização desses alimentos aumenta ainda mais a vontade de ingerí-los. Não se deve proibir, e sim limitar a quantidade ingerida. Se houver resistência da criança em aceitar a nova refeição, procure explicar a situação, deixando claro que é melhor comer pouco  e de vez em quando dessas guloseimas do que não comer nada.
Horário das refeições: A alimentação de uma criança deve ter de cinco a seis refeições por dia, com intervalos de duas a três horas entre elas. Estabeleça horários para todas, pois normalmente só o almoço e o jantar têm horários predeterminados. Os lanches, e até mesmo frutas ou doces, devem ser oferecidos em refeições definidas. Se a criança não faz lanches e fica mais de cinco horas sem se alimentar, na hora do almoço ou do jantar ela estará faminta. E é bem provável que devore toda a comida em poucos minutos.
Comer devagar: Esse detalhe, nem sempre levado a sério por muitas famílias, é extremamente importante.A maioria das crianças gordinhas, comem rápido e não mastigam os alimentos de forma correta. No fim, elas acabam comendo além do que precisam.
Não comer vendo TV: Evite ao máximo esse hábito. Quando a criança está vendo televisão, sua capacidade de registrar a quantidade de alimentos que está ingerindo é pequena. Isso contribui para a obesidade, pois ela se alimenta de forma automática e, assim, vai comendo, comendo...
Diminuir aos poucos a quantidade de alimentos:  Retirar drasticamente um alimento da refeição habitual da criança, com o objetivo de reduzir o peso, não é uma atitude correta.O melhor caminho é diminuir gradativamente. Se ela come dois pãezinhos  no café da manhã, troque para um e meio e, devagar, chegue a um.
Refrigerantes e sucos nas refeições:  Limitar o consumo em um copo por dia somente nos fins de semana.
Separar as porções de alimentos: Em vez de dar a criança um pacote inteiro de batata frita, separe uma parte. Faça o mesmo com biscoitos, pipoca, balas e chocolates. Ela terá de compreender que essa porção é suficiente e não lhe será oferecida outra.Incentive-a a comer devagar e a saborear cada pedaço.
Produtos dietéticos: Não há necessidade de utiliza produtos dietéticos, alimentos light, diet e adoçantes para crianças e adolescentes obesos que ainda não completaram seu crescimento.
Alimentos embutidos e gordurosos: Salsichas, linguiças, mortadelas, presuntos, enlatados e salaminhos são ricos em gorduras. Evitar o consumo quase diário.
   Os salgadinhos tipo "chips", além de conter quantidade elevada de gordura, apresentam alto teor de sódio, que aumenta a pressão arterial.
Atividade física: Crianças obesas não devem correr com colegas não-obesos pois sua limitação cardiovascular as impede de ter o mesmo rendimento físico.A indicação e a orientação de exercícios físicos regulares para crianças obesas devem ser feitas por profissionais  especializados, que conhecem as limitações que o excesso de peso traz para o  corpo.

      Dra. Rosângela Ribeiro
  Fonte: Crescendo com saúde - O guia de crescimento da criança

 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

FILHO DEPENDENTE QUIMICO, MARIDO ALCOÓLATRA OU MULHERENGO E EU SOFREDORA

"Deus, dê-me Serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,  Coragem para mudar as que posso, e Sabedoria para distinguir uma da outra" (Oração da Serenidade)

   Lembro que no meu tempo de especialização em psiquiatria meu professor dizia que as alterações de comportamentos são "contagiosas".Eu, médica jovem e inexperiente, acreditava que contágio se dava por vírus e bactérias considerando o meu velho professor um exagerado. O tempo passou pra mim e percebi o quanto meu velho professor tinha razão e fui entendendo e aprendendo sobre o quanto o ambiente nos contamina principalmente nas famílias que há convivência com usuário de álcool e outras drogas.
  Hoje estou falando da Codependência, um conjunto de sinais e sintomas  comportamentais nas pessoas, principalmente naquelas que convivem com viciados, que com o tempo de convívio se desequilibram emocionalmente por excesso de preocupação com o viciado ou alcóolatra em casa,  gerando um descuido e esquecimento de si mesma, abandono dos sonhos e das coisas que gostava, abandono dos amigos e familiares e abandonos de projetos para o futuro. O codependente faz de tudo para ser visto e reconhecido pelo viciado em casa, não mede esforços em dá atenção e cuidados ao outro na esperança de obter do viciado alguma mudança por amor respeito e consideração. O codependente não percebe o quanto e quando seu relacionamento já tornou-se doentio.Não percebe que faz tudo pelo outro, não porque é mãe ou esposa , mas porque tem medo de ficar sozinha, medo. da perda deste relacionamento e medo de sofrer com as consequências das  escolhas que o vicidado fez.
   O codependente também é um dependente, mas não de uma substância. É um dependente emocional daquela relação doentia . Há muito o viciado já fez suas opções no seu caminho de dependente e o codependente continua fazendo tudo por aquela pessoa, é toda aceitação, adia seus projetos, altera sua agenda , modifica seus horários de sono, adia viagens de lazer, emprega seu dinheiro na salvação daquela pessoa, faz tudo para manter e ganhar o afeto, vive em função de controlar os passos e saídas do familiar viciado,  deseja saber onde ele anda, com quem e fazendo o quê, e assim o codependente sofre e sofre muito.
   O codependente se faz de bonzinho, submisso, vítima e  generoso com quem só lhe faz sofrer. No fundo, deseja controlar e dominar o outro e  ter o poder de salvá-lo ou modificá-lo, como se alguém tivesse este poder sem que o outro autorizasse ou aceitasse!
   O codependente não sabe e não quer saber que seu maior mal é a atração por relacionamentos doentios porque acredita que pode lutar por dois, salvar a pessoa de suas próprias escolhas, mudá-los, ser a referência e exemplo das boas escolhas, sabe o que é bom e saudável para o outro. Também o codependente não sabe que é muito crítico, exigente, rígido, controlador e não perdoa facilimente. Guarda dentro de si um potencial para não cuidar-se, para o isolamento, para a baixa de auto-estima e depressão. Tendência a auto-destruição correndo demais com o carro, comendo demais ou não se alimentando, ganho de peso, descuido com a aparencia pessoal.
   O codependente precisa buscar ajuda profissinal para si mesmo, aprender que na esfera do relacionamento humano o resultado não depende apenas da nossa capacidade de esforço, dedicação , devoção e disciplina. Existe a pessoa problema que o codependente  idealiza muito, cria espectativas muito altas  acreditando  que esta  pessoa-problema  com quem mora é melhor e diferene do que se mostra diariamente. Sartre, o filósofo,  costumava dizer " o que parece ser é!"

            Dra. Rosângela Ribeiro    




 

   

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

CUIDADOS NAS CHUVAS DE VERÃO

   No  verão são comuns temporais, enchentes, deslizamentos e acidentes com raios. Consciência dos perigos das chuvas de verão e  algumas atitudes são fundamentais para nossa segurança e  proteção pessoal, da nossa  família e amigos.
   Não subestime o perigo nem a força das águas. Se está ameaçando chover forte, já estiver chovendo ou só trovejando, fique dentro de casa, não saia e procure, mesmo em casa, lugar seguro.O Brasil é campeão mundial na incidência de raios por ano, são cerca de 50 milhões de raios por ano! Os raios são rápidos (duram menos de um segundo) e sua descarga elétrica é duas mil vezes maior do que a carga de nossas tomadas em casa. Um raio  é uma descarga elétrica proveniente de uma nuvem de trovoada. Embora seja mais frequente nas chuvas de verão, o raio pode ocorrer no inverno e mesmo que não esteja chovendo. Então,  mesmo em casa , fique longe das janelas. Nada de ficar na janela olhando a forte chuva, a ventania e descargas elétricas riscando o céu. Não retire roupas de varais de arames ou varais com outro material de metal durante as chuvas fortes. Mantenha-se distante de cercas de arame farpado ou cerca de metal, mantenha distância de fios de telefones e fios elétrico. Use o telefone somente para o necessário. Evite usar a TV e a internet. Evite banhos de chuveiro elétrico, desligue os aparelhos elétricos das tomadas. Uma descarga de raio pode também percorrer essas fiações.

   Se estiver na rua, procure um local seguro e espere a chuva diminuir e parar de trovejar.Não se aproxime de jeito nenhum de fios soltos, fique atento aos fios soltos ou caídos porque imersos na água conduz eletricidade com facilidade e você pode receber um choque elétrico pisando na água mesmo que não toque na fiação. Em hipótese alguma toque em postes nos temporais.Nunca fique exposto em áreas abertas como praias, parques, jardins, praças,campos e quintais porque há o perigo real de ser atingido por uma descarga elétrica, que pode ser fatal. Permanecer dentro do carro  ou ônibus com os vidros fechados é uma boa proteção contra raios. Se num temporal  encontrar uma pessoa caída no chão tendo crise convulsiva, chame por socorro mas não toque na pessoa, pode ser uma crise provocada por descarga elétrica ( fio caído em água) e ao tocar na pessoa você receberá por condução uma descarga elétrica também.


   Em caso de risco de alagamentos em casa, desligue a chave geral do imóvel. Documentos e objetos de valor devem ser colocados em um saco plástico bem fechado em local protegido. Se mora em área de risco, procure local mais seguro, casa de amigos, parentes , igrejas, etc.Nesta hora não há espaço para vergonha,  dúvidas ou apegos de deixar a casa, salve a sua vida porque é o  seu bem maior, salve a vida dos seus familiares e amigos. Se tiver algo de valor que precisa ser retirado, só retire depois das chuvas e peça ajuda a Defesa Civil ou Bombeiros para retirar objetos de valor se sua casa está em área de risco. Atenção, bananeiras, principalmente plantadas em encostas deixam o terreno mais vulnerável a deslizamentos.

   Não beba água de enchente, não tome banho de rio, cachoeira ou mar logo após as chuvas.Não coma alimentos que tiveram contato com a água da inundação, mesmo em sacos lacrados, a água de enchente é suja e contaminada. Não deixe suas crianças e adolescentes brincarem nas águas de chuva, nas ruas alagadas e ficar dentro de casa na inundação em contato direto com a água. Na rua seus filhos,sobrinhos e netos podem ser levados pela correnteza, até carros também são levados, cairem em boeiros que perderam a tampa, serem contaminados por doenças graves como a leptospirose com o risco de óbito . Esta doença é causada pelo contato com água ou lama contaminadas pela urina de ratos. Para evitar os riscos de contaminação deve-se fazer uso de luvas, botas de borrachas, ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e pés.

   Toda água e lama de chuva que entrou na sua casa devem ser removidas para evitar doenças. A limpeza da parede e dos pisos devem ser feitas com solução de água sanitária ( para 20 litros de água, colocar quatro xícaras de café ou um copo de 200ml de água sanitária). A água contaminada pela inundação não pode ser utilizada para beber, lavar e preparar os alimentos. Faça uma limpeza de todos os pontos de energia elétrica, com a chave geral desligada, retirando o barro,limpando interruptores e tomadas.Não jogue água nem produtos qúimicos, passe um pano úmido e seque bem.

   Se está no carro e começa a chover forte, não estacione perto de rios, encostas , debaixo de árvores ou próximos a postes com fios de alta tensão.  Não passe  por locais alagados que você não pode ver a rua. Em caso de já estiver dentro de uma situação de alagamento na rua, mantenha o carro acelerado e não troque de marcha.

   Na época do verão propicia ao aparecimento de baratas, escorpiões, lacraias e ratos. Os cuidados a serem tomados são: manter limpos quintais e jardins, não acumule folhas secas no chão, nem montes de lixo.Colocar o lixo na lixeira com tampa. Não crie o hábito de colocar fogo em terrenos baldios, os escorpiões, lacraias e aranhas desalojados com a queimada vão buscar abrigos nas casas mais próximas a queimada. Evite também acumular materiais de construção, saiba que as baratas são alimentos de preferência dos escorpiões. Baratas atraem escorpiões. Cuidados com lugares úmidos, debaixo de pedras, acúmulos de entulhos, folhagem e trepadeiras porque os escorpiões gostam destes lugares. Sempre verifique roupas e calçados, antes de vestir-se e deve-se bater o bico do sapato e o local do calcanhar no sapato  al virando o sapato de cabeça pra baixo pra saber se cairá dali um escorpião, lacraia ou aranha. Não vá logo colocando a mão dentro do sapato ou os pés sem antes avaliar se há ou não presença de animais ou insetos peçonhentos.

  EM CASO DE ALGUMA EMERGÊNCIA PROCURAR O PRONTO-SOCORRO MAIS PRÓXIMO OU TELEFONAR PARA SAMU NO TEL 192 ,  BOMBEIRO OU DEFESA CIVIL NO TEL 193

                                           Dra. Rosângela Ribeiro